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Sarampo, pólio: vacinação das crianças deve ser feita mesmo com pandemia de Covid-19

Brasil já passa de 3.600 casos registrados de sarampo apenas no primeiro semestre.

 

O Brasil já teve 3.629 casos de sarampo registrados em 2020. A interrupção na vacinação rotineira de crianças durante a pandemia do coronavírus é uma situação já detectada por vários órgãos de saúde, que veem risco do aumento de doenças que poderiam ser evitadas com imunização e retorno de doenças que estavam controladas ou erradicadas.

No mundo, ao menos 24 países já adiaram as campanhas de vacinação contra o sarampo durante o surto de Covid-19. A situação, segundo o Fundo de Nações Unidas para a Infância (Unicef), pode afetar cerca de 117 milhões de crianças no mundo.

“As crianças não estão protegidas em casa. O risco de infecção é menor, mas não é zero. E em breve elas vão voltar para a escola. Com a Covid-19, percebemos uma queda brusca na frequência da ida ao posto de saúde. Enquanto isso, os restaurantes e praias estão cheios. As pessoas precisam saber que é seguro ir ao posto de saúde para tomar vacina”, disse Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Neste fim de semana, foi lançada uma cartilha digital destinada à população e aos profissionais da saúde em parceria com a Unicef e com a Sociedade Brasileira de Pedriatria (SBP), com o tema “O que muda na rotina as imunizações”.

Segundo pesquisa, 19 estados brasileiros registram circulação ativa do sarampo, com destaque para o Pará, com 40,9% dos casos confirmados. O número de afetados entre 20 e 29 anos é grande, mas a incidência em menores de 5 anos é mais elevada (13,1/100 mil habitantes).

 

De acordo com a OMS, o sarampo infectou em 2018 quase 10 milhões de pessoas e matou mais de 140 mil, a maioria crianças menores de 5 anos. Em 2019, o Brasil perdeu o certificado de eliminação do sarampo, conquistado pouco menos de três anos antes.

 

“Em 2019, nenhuma vacina destinada ao primeiro ano de vida atingiu a meta de 95% de imunizações, o que é muito grave. A poliomielite teve cerca de 80%. Nossa melhor taxa foi a do sarampo, com a vacina tríplice viral, com 91%, pois estamos com um surto e as campanhas deram resultado. Mas muitos municípios derrubaram a média. Se não tivermos uma cobertura homogênea de 95%, basta uma cidade receber o vírus de outro país que recomeça o surto”, destacou Isabella Ballalai.

 

Vacina do sarampo em crianças:

  • Dose zero: Todas as crianças de 6 meses a menos de 1 ano devem ser vacinadas ( trata-se de uma dose extra antes da primeira dose).
  • Primeira dose: Crianças que completarem 12 meses (1 ano).
  • Segunda dose: Aos 15 meses de idade, última dose por toda a vida.

Outras imunizações

Nos últimos 12 meses, foram registrados 600 casos de poliomielite no mundo (paralisia infantil), doença que está erradicada no Brasil desde 1990. “”Existem três países com pólio endêmico (Paquistão, Nigéria e Afeganistão) e outros 12 em risco, segundo a OMS. Precisamos fazer as pessoas entenderem a importância destas vacinas”, completou a médica.

 

No Brasil, há casos registrados de febre amarela em mais de 50 municípios dos estados do Paraná (principal foco), além de São Paulo, Santa Catarina e Pará.

Fonte: Grupo Saúde Brasil